segunda-feira, 11 de junho de 2012

De volta à rainha do crime

Foi como retroceder no tempo – não na infância ou na adolescência, pois só comecei a ler os livros de Agatha Christie aos 20 anos, quando estava na faculdade –, mas ainda assim em uma época de descobertas literárias. Esta foi a sensação que tive ao ler Assassinato no Expresso do Oriente, uma trama bem armada da escritora britânica e rainha do crime, que prende a atenção do início ao fim.

Não li muitos livros de Agatha Christie, apenas quatro, mas um deles, O caso dos dez negrinhos, é um dos meus favoritos, assim me aventurar pelas histórias da escritora é mesmo uma volta no tempo. Isso porque, embora possamos ler seus livros – e outros até – em qualquer fase da vida, acredito que muitos se iniciam com Agatha na adolescência, quando temos o tempo todo do mundo para ler, com intensidade, boa parte da sua extensa obra.
Sou um tanto inconstante, porém, gosto de variar os gêneros, talvez por isso não fique muito tempo com um autor ou um estilo. Quando era mais jovem até o fazia, mas agora essa diversidade se faz mais urgente para mim, assim vou intercalando minhas leituras, mas sempre de olho em um ou outro autor que gosto mais para poder retomar mais à frente.
Com Agatha, no entanto, essa retomada demorou a chegar, despertando em mim a vontade de ler mais livros seus, aqueles que ainda não li e só ouvir falar. Um livro sempre puxa outro, dessa forma, já acrescentei mais cinco à minha lista, todos da escritora.
Culpa de Assassinato no Expresso do Oriente, história que traz, mais uma vez, o personagem mais famoso da rainha do crime: Hercule Poirot, o detetive belga, protagonista da maioria dos livros de Agatha Christie, cuja fama rivaliza com a de Sherlock Holmes, o detetive criado pelo escritor britânico sir Arthur Conan Doyle.
Na trama, depois de ter solucionado mais um caso, Poirot embarca no Expresso do Oriente que, ao contrário do que acontece naquela época do ano, está repleto de passageiros. A certa altura da viagem, um dos passageiros é assassinado, quase no mesmo instante em que trem fica parado na ferrovia por causa da tempestade de neve.
A pedido do diretor da companhia Wagons Lit, que também é seu amigo, Poirot assume o caso e passa a interrogar todos os passageiros. Em meio às investigações, ele descobre que a vítima era um criminoso que participara do famoso caso Armstrong, que envolvia o sequestro e a morte de uma menina, levando à morte da mãe e ao suicídio do pai.
Aos poucos ficamos sabendo que todos os passageiros, de certa forma, estavam ligados à família Armstrong e, portanto, poderiam ter cometido o crime. O circo está armado e, por vezes, tendemos a suspeitar de um ou de outro personagem, mas logo mudamos de opinião, apontando um novo suspeito.
É interessante ressaltar que entre os passageiros há uma mescla de nacionalidades e tipos diferentes entre si, fazendo aflorar preconceitos e impingindo estigmas a uma ou outra etnia. Entre estas, a de que os italianos são esquentados e capazes de manejar facas; a de que os ingleses são frios, mas refinados; e a de que os americanos são permissivos.
Até o final da trama foi difícil saber, ao certo, quem cometeu o crime, pelo menos para mim, que não sou “expert” em desvendar mistérios. Dessa forma, embarquei facilmente na história e cheguei até a suspeitar do próprio diretor da companhia e de um médico que também ajudava Poirot nas investigações, pois todos os passageiros tinham um álibi convincente. O desfecho, contudo, é impressionante e vale cada linha do livro. E o melhor, faz o leitor desejar mais do mesmo, ou seja, ser aventurar pelos mais de 80 livros da escritora. Tarefa nada difícil.

Um comentário:

  1. Você tem toda razão, quando descobri Agatha Christie (na minha adolescência) me encantei e acabei exagerando. Emendei cerca de treze e acabei enjoando. Fiquei anos sem ler nada dela só voltando recentemente. Atualmente, faço como você, mesclo estilos diversos de leitura.
    Dica: Os Cinco Porquinhos foi dos melhores que li da Rainha do Crime.

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