terça-feira, 20 de março de 2012

Um pouco de Menotti del Picchia

Em 14 de março foi comemorado o Dia Nacional da Poesia, em homenagem ao aniversário de nascimento do poeta Castro Alves. No dia 21 será a vez de comemorarmos o Dia Mundial da Poesia, data criada pela Unesco para incentivar e desenvolver a poesia regional, nacional e internacional.

Em meio a essas solenidades, no dia 20 de março festeja-se os 120 anos do nascimento do poeta Paulo Menotti del Picchia, que também foi jornalista, político, romancista, cronista e ensaísta. Além de ter participado, ativamente, da Semana de Arte Moderna de 1922, embora não seja lembrado como um dos seus protagonistas.
O poeta viveu grande parte de sua vida em Itapira (SP), mas nasceu na capital paulista, recebendo o nome de Menotti em homenagem ao filho do general guerrilheiro e patriota italiano, Giuseppe Garibaldi. No dia do batizado, porém, o padre fez questão de que o menino tivesse um nome cristão, assim, colocou-se Paulo à frente de Menotti.
A primeira vez que tive contato com a escrita de Menotti foi na oitava série do 1º grau (Ensino Fundamental), quando a professora nos apresentou o poema sertanista Juca Mulato e me apaixonei de imediato. O amor platônico do caboclo, pobre e mulato, pela filha da patroa, nascido por um simples olhar que esta lhe dera, além do lirismo, beleza e cadência das rimas me marcaram profundamente. Este é, sem dúvida, o poema de que mais gosto, lembro e recito continuamente.
Por duas vezes já citei esse poema no blog. A primeira, foi logo quando comecei a blogar, em agosto de 2009, falando sobre um trecho de Juca Mulato, intitulado A mandinga, o meu preferido. Você confere aqui. E também em uma blogagem coletiva sobre qual livro seria em Fahrenheit 451. Claro, minha resposta foi Juca Mulato. Veja aqui.
Hoje, relendo o poema, destaco outra passagem, belíssima igualmente:
“Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...

Ter a um sonho de amor o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.

Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar, é sofrer: amar, é sofrer mais!”

Com este trecho, termino aqui minha homenagem a Menotti del Picchia, um poeta e escritor que merece ser sempre lembrado, não só por Juca Mulato, mas também por toda sua obra e importância na literatura brasileira.

Um comentário:

  1. Parabens pela lembrança do poeta. Em 2017 o pema Juca Mulato fará 100 anos de existência. Merece também uma comemoração.

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