quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A voz do rádio

Considero-me uma pessoa moderna, atenta às novas tendências e tecnologias. Gosto de tudo o que é novidade e, na medida do possível, procuro me inteirar e aderir aos modismos. Mas, vez por outra me pego em antigas paragens e sem abrir mão de velhos e inesquecíveis objetos. É o caso do rádio, mais precisamente do radinho de pilha, aquele que a gente colocava em qualquer lugar para ouvir notícias, programas e músicas.

Há muito tempo deixei de ter um, mas pasmem (!) sinto falta dele, principalmente de manhã, quando sento para tomar café e fico ansiando por saber notícias, hora, previsão do tempo, tão bem propagdos pelas ondas sonoras da AM, é isso mesmo AM. Tá, tudo isso eu posso conseguir ligando o aparelho de som na FM, o rádio do celular, o MP3 ou mesmo sintonizando a televisão, mas, sinceramente, não é a mesma coisa, pelo menos para mim. Acho que falta aquele ar de intimidade que só um radinho de pilha e a AM podem oferecer.

Hoje, dia 6, faz dez anos do falecimento de Hélio Ribeiro, grande radialista, jornalista e narrador brasileiro, que fez muito sucesso nas décadas de 1970 com o seu programa “O Poder da Mensagem”, na Rádio Bandeirantes. A voz dele, de barítono, era inconfundível, e que inspirou Chico Anysio a criar o personagem Roberval Taylor, radialista que tinha aquele vozeirão sonoro e potente.

Em seu programa de rádio, Hélio Ribeiro apresentava crônicas, textos e mensagens e fazia traduções livres de música norte-americana e italiana. Era muito bom ouvi-lo e foi melhor ainda lê-lo, quando mais tarde seus textos foram organizados no livro O Poder da Mensagem, que descobri na década de 1980 e reli recentemente num ímpeto de saudosismo.

Dos textos contidos neste livro, destaco alguns trechos da mensagem “Receita incompleta para construir a paz de espírito”:

“...É preciso colocar amor nas coisas que se quer fazer e procurar amar as que se devem fazer, e nunca dizer que se fará amanhã o que não se achou justo fazer hoje.

...É de caráter não dizer de ninguém na sua ausência o que não se teria coragem de dizer frente a frente.

...É preciso aprender o que é bom, venha de onde vier, e disltingui-lo do mau mesmo que venha endossado por gente do mundo inteiro.”

Até parece autoajuda e pode ser até que seja, mas para mim é muito mais do que isso, as mensagens dele fazem bem e elevam a paz de espírito.

Para saber mais acesse: http://www.helioribeiro.com/v4/

Um comentário:

  1. Cecília, você tem toda razão: nada como um radinho de pilha na AM. Lembro da minha avó, dos tempo que passava às tardes com ela, tomando café e ouvindo rádio. Oh, saudade! beijos :)

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